Guignard – A memória plástica do Brasil moderno

Alberto da Veiga Guignard foi um importante pintor brasileiro, um dos maiores artistas to século XX, considerado completo nesta área (pelo fato de atuar em vários gêneros da pintura, como por exemplo, retrato, autorretrato, paisagens, natureza-morta, gênero e temática religiosa), no entanto alcançou a fama ao retratar paisagens minerais. Foi de fato, um pintor com imensa originalidade, assim, merecedor da homenagem que lhe é feita. Tal homenagem é protagonizada no MAM de São Paulo, e se iniciou no dia 07 de julho e continua até o dia 11 de setembro, apresentando 72 obras em uma espécie de retrospectiva divididas nos seguintes temas: retratos, naturezas-mortas, obras sacrais e paisagens. A seleção foi feita pelo curador Paulo Sérgio Duarte, privilegiando itens pouco vistos pelo público, como por exemplo, o painel Paisagem Imaginante (1959). As obras de Guignard impressionam pelo olhar moderno, suas obras causam interesse especial em colecionadores, chegando a valores extremos.

Sobre as exposições de retratos, é importante ressaltar que é o gênero mais fértil do artista, forma grande parte da produção e é caracterizado pela simplificação da fisionomia, já que o foco dele não era se prender ao realismo fotográfico. As pinturas são referentes a familiares, amigos, artistas, nos autorretratos tem foco no seu defeito congênito, além de representações religiosas. Já nas exposições sobre a natureza-morta, onde as obras são em número reduzido, mais distante do realismo e não se aplicam somente a telas, estão presentes na forma de grafites, trabalhos em ponta seca, além de tinta bistre sobre papel. Essa vertente fica realçada ainda mais pela característica do artista de pintar ao fundo paisagens. Ao visitar a exposição sobre paisagens é possível observar diversos quadros sobre as paisagens minerais, pelas quais o pintor era grande admirador, em uma análise é notável na falta de um solo em alguns quadros, assim pode-se fazer uma associação com influencias orientais.

A história de Guignard é muito interessante, nascido no dia 25 de fevereiro de 1896 na cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, possuía uma má formação congênita, a qual por toda sua vida lhe atormentou, principalmente em sua vida amorosa. Quando completou 10 anos mudou-se para Alemanha, já que seu pai havia morrido e sua mãe se casado com o barão Friendrich von Schilgen. Ao se mudar para Alemanha pode então se formar artisticamente na academia de Belas Artes de Munique, depois na academia de Florença na Itália, onde definiu sua ponte para o modernismo.

Em 1929 voltou para o Brasil com o ensino concluído, tornou-se um dos grandes nomes da década com obras sobre tudo referentes ao Jardim Botânico. Em 1944 recebeu do presidente Juscelino Kubitschek a proposta de instalar no recém-criado instituto de Belas Artes, um curso de desenho e pintura. Mudou-se então para Minas, colaborou na formação de diversos artistas que enriqueceram o modernismo, viveu em Minas até sua morte em 1962.

Com todo este contexto ocorrendo no MAM de São Paulo, foi criada além desta exposição, uma outra denominada Paisagem Opaca, qual expões 26 obras do acervo do museu de diferentes artistas, quais são exibidas na Sala Paulo Figueiredo no mesmo período, justamente para criar um dialogo entre elas. Ambas as exposições tem como valor de entrada R$6,00, a não ser aos domingos, dia que a entrada é franca.

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*Informações

Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Endereço: Parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/n Portão 3)

Horário: Terça a Domingo, das 10h às 17:30h (Com permanência até as 18:00)

Telefone: (11) 5085-1300

Site: WWW.mam.org.br

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